Antonio Justel Rodriguez
GUERRA NA NOITE VIVO
[Homenagem prévia, pessoal e especial, a Federico García Lorca
assassinado em Víznar, em 19 de agosto de 1936, aos 38 anos]
… ao ritmo das cornetas, onde a tarde é divina,
os cães do ódio escalam a alma por seus limiares;
… pôr do sol de vime, vermelho, rosa e renda,
levam a vida ardendo para um cume de sangue;
... na cama da noite, segura por mil punhais,
a lua representa os mortos sem nomes ou funerais;
[… os cachorros latem e latem, a raiva pede para eles latir,
úbere da morte é a areia, os gritos não são de ninguém,
a vil foice do vento norte estala, ceifando o ar;
gritos de línguas frias, bêbados de raiva e fome,
Eles correm pelas avenidas do coração depois de matá-lo]
... Pai de veias cheias, Mãe da lua amorosa,
o filho que está em guerra é filho de dois titãs
que temperou sua espada de ouro com luz de diamante!
… pelas ravinas do céu descem cães ofegantes;
a aurora, como virgem, empoleira-se nas azinheiras;
melros de cera na minha alma, eles acendem mesmo que eu cale a boca.
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Antonio Justel Rodrigues
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Published on e-Stories.org on 08/14/2022.